quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Unidade 4 – Outros olhares sobre os problemas do mundo


Apresentação da unidade

O principal objetivo da última unidade deste
volume é buscar referências que possibilitem ao
aluno a sistematização final do que foi visto em
toda a coleção. Assim, inicia os debates citando as
ONGs, o Fórum Social Mundial e o Fórum Econômico
Mundial. Trata-se, portanto, de evidenciar
que os mecanismos de organização política são
mais amplos e complexos do que os que estão sob
o controle do Estado.
O segundo tema em questão procura encerrar,
efetivamente, novos conteúdos do interior do
livro. Ao esclarecer a ideia de humanidade e os
desdobramentos que essa construção conceitual
trouxe para a geografia contemporânea, o texto
cita três personagens do século XIX que influenciaram
intensamente nossa forma de entender o
mundo. É por isso que essa seção foi intitulada
A Geografia e as ideias.
Com esse objetivo, as biografias de Alexander
Von Humboldt, Charles Darwin e Karl Marx
tornam-se pano de fundo para expressar as mudanças
radicais na maneira pela qual se entendia
o conhecimento científico e seus desdobramentos
na economia e na política.
Humboldt foi apresentado como o naturalista
que, diferentemente dos cientistas contemporâ-
neos, não advogava nenhum tipo de especialidade,
mas buscava articular todos seus conhecimentos
para construir resultados coerentes, frutos da observação
sistemática. Assim, pudemos afirmar que
Humboldt também era um cientista, no sentido
que hoje usamos para essa palavra. O importante
é que seu esforço redefiniu a maneira pela qual
passaram a se articular os conhecimentos sobre a
natureza, suas regras e seus comportamentos.
Darwin trouxe a ideia de evolução e seleção
natural, legando para as gerações seguintes a
possibilidade de pensar a humanidade independentemente
dos desígnios divinos (no formato
sistematizado nos livros sagrados). Ao aproveitar
a releitura do significado de natureza, ele acena,
portanto, com a possibilidade de ressignificarmos
nosso conceito de humanidade.
Marx, por fim, ao conclamar os trabalhadores
para a revolução, colocou em discussão os critérios
que devem ser usados para identificar os povos, os
grupos humanos ou as pessoas; e esse critério não
passa pelas identidades de caráter racial ou étnico,
mas sim pelo papel que desempenham na sociedade
à qual pertencem. Marx nos legou os debates
necessários para entendermos o significado de
humanidade tal qual utilizamos hoje. Essa seção
se encerra chamando a atenção para o problema
das identidades, das diferenças e do significado de
humanidade.
A última seção traz um resumo de todos os temas
tratados no livro. O objetivo é construir um
processo direto de reflexão sobre o conhecimento
geográfico.
Nos complementos, a seção Pausa para pesquisa
mostra exemplos de pesquisas e explorações
atuais, nas quais a aventura é um componente das
atividades. A seção Outros olhares traz uma entrevista
com um ativista ambiental, que relata suas experiências
e nos leva a refletir sobre o papel das associações
de pessoas na transformação do mundo.
Em Preste atenção nos mapas destacamos o
Atlas da experiência humana. Com ele podemos
mostrar o significado e as possibilidades da fantasia
quando a ferramenta linguística de que dispomos
é a Cartografia. O propósito é estimular
a imaginação e convidar para a aventura do conhecimento.
É justamente por isso que, ao final,
citamos a obra de Swift (As viagens de Gulliver) e
reproduzimos um de seus mapas, convidando os
alunos a se divertir.

Objetivos pedagógicos

Criar mecanismos de síntese

O que está em jogo, nessa última unidade, é sintetizar tudo o que foi visto no

Ensino Médio e apontar para a necessidade de continuação dos estudos.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Unidade 3 – Viver na Interface

Apresentação da unidade

Escolhemos, para esta unidade, dois temas
centrais, ordenados de acordo com uma categoria-
-chave para as discussões ambientais: a interface.
Fundamentados no pressuposto de que a diferença
entre os elementos que compõem a natureza é
o motor fundamental para o movimento e que os
contatos entre atmosfera, biosfera, litosfera e hidrosfera
definem os acontecimentos relacionados
aos ecossistemas (direta e definitivamente), os embates
em torno da água e do aquecimento global
são colocados em pauta por meio da construção
da noção de interface.
É importante destacar que o texto, ao tratar da
noção de interface, não deixa de lado o conjunto
de ações genericamente identificadas como antrópicas.
Realçar o conjunto de interferências econômicas,
políticas e culturais que constituem essa interface
torna a discussão um ponto de apoio para
colocar em evidência o que a tradição geográfica
tem chamado de “modos de vida”.
Ao iniciar com informações sobre os debates
que envolvem a leitura catastrofista do
aumento populacional em relação à disponibilidade
de água, e assumindo o posicionamento
do relatório da ONU sobre o assunto
(que aponta o problema da água como
de ordem econômica e social), o texto evidencia
as contradições da prática (o caso do
Lago do Chade, por exemplo) e dos discursos
(no caso da disponibilização de redes
de esgoto no Brasil).
Em seguida, estimulamos o debate sobre as
mudanças climáticas dando voz aos que querem o
controle total sobre a emissão de gases do efeito estufa,
aos que afirmam que tais gases são irrelevantes,
aos que procuram garantir o direito de poluir e, por
fim, aos países que não querem, em nome do meio
ambiente, ver colocada em risco sua capacidade
de desenvolvimento no atual modelo econômico.
Ainda sobre esse tema, questionamos o desmatamento
no mundo e no Brasil, associando o fato
de que a destruição das florestas está diretamente
relacionada às tentativas de destruir um modo de
vida para a implantação de outro.
Nos complementos, a seção Pausa para pesquisa
aborda um exemplo de limite fronteiriço
definido por cursos-d’água. Em Outros olhares,
reproduzimos uma entrevista com o professor
Aziz Ab’Sáber, na qual ele avalia o significado da
Conferência de Copenhague. Com a autoridade
de quem trabalha com Geografia há muitas décadas,
o professor do Departamento de Geografia da
Universidade de São Paulo (USP) chega a chamar
alguns ambientalistas de “terroristas” do clima, denunciando
o que ele considera um conjunto de
falsidades sobre o assunto.
Em Preste atenção nos mapas, o tema central
é a guerra e seu papel para o desenvolvimento
da Cartografia. Tendo por base as proposições
de Maquiavel sobre a obrigação do príncipe em
conhecer a geografia dos lugares que governa (ou
pretende governar), o texto mostra a importância
dos mapas nesse processo. Também aponta para o
uso cotidiano da tecnologia disponível em nossos
dias (GPS, por exemplo), tornando a linguagem
cartográfica uma necessidade para a compreensão
dos mapas de que dispomos e, principalmente,
para os que necessitamos construir.

Objetivos pedagógicos

Na sequência dos embates das unidades anteriores,
mais uma vez a polêmica e a necessidade de contrapor
opiniões dominam o objetivo pedagógico geral
desta unidade. A diferença é que, agora, as variáveis
políticas estão sustentadas sobre o que
genericamente se denomina “comportamento da natureza”.

Entender as relações entre sociedade e natureza

O debate ambiental torna-se, assim, ferramenta
eficaz para a compreensão das mediações que
determinam as relações da sociedade em meio à
natureza que, a princípio, é nosso fundamento e
condição de vida. Como resultado, há o fato de
nossa existência ser um dos vetores de transformação
dessa natureza.

Compreender que somos parte de um todo.

Esforçamo-nos cotidianamente para fazer com
que esse todo se pareça com (e esteja a serviço
de) uma de suas partes – é a construção conceitual
exigida para a compreensão da unidade. Em
outras palavras: a sociedade é um dos elementos
que compõem a natureza, portanto, em nosso viver
buscamos, sempre, fazer com que os demais
elementos que a constituem se pareçam cada vez

mais conosco.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Unidade 2 – A experiência americana: novos formatos, velhos conflitos

Apresentação da unidade

Esta segunda unidade é continuação direta da
anterior. O primeiro tema abordado é a construção
e o desenvolvimento de acordos multilaterais no
continente americano (assim, concluímos as leituras
sobre as articulações políticas na escala dos
continentes), dando especial ênfase ao Mercosul.
Na continuidade, a unidade explora outras formas
de articulação política que não têm como critério
básico para sua constituição a contiguidade
territorial (relações de vizinhança). Retomamos o
conceito de rede (não necessariamente de forma
explícita) para justificar uma mediação teórica sobre
o significado de região.
É importante chamar a atenção para o formato
político de apropriação do continente antártico. Diferentemente
do modelo básico que estrutura o fim
do colonialismo europeu, a gestão desse continente,
em nome da pesquisa científica e sob a égide da
ONU, é motivação suficiente para que se realcem
os novos formatos de política criados no século XX.
Por fim, e procurando retomar temas que foram
abordados com menos profundidade nos volumes
anteriores, há um item dedicado especialmente
à discussão do significado da guerra. Ao rastrear
motivações e a evolução de alguns dos conflitos
mais importantes, o tema da indústria armamentista
toma corpo e merece ser discutido com o máximo
de detalhes possível.
Na seção Pausa para pesquisa, apresentamos
um exemplo de conflito em escala local – a apropriação
de uma praça de São Paulo revela as dificuldades
de se construir regras de convivência
no cotidiano. Em Outros olhares, colocamos a
resenha, publicada em 2002, de um filme intitulado
Terra de ninguém. Ele conta a história de dois
soldados inimigos que se tornam prisioneiros de
uma condição inusitada: ambos caem no interior
de uma trincheira abandonada, vigiada pelos dois
lados em conflito. No comentário sobre o filme, o
autor da resenha faz, também, uma reflexão sobre
o cinema enquanto ato político.
No Preste atenção nos mapas, o mote é o metrô
de Londres e o mapa elaborado para seus usuários.
Tendo como foco a necessidade de construir
uma mensagem que fosse, de fato, compreendida
pelos usuários, o mapa dispensa informações irrelevantes.
Assim, similar ao desenho de circuitos
elétricos, foi criado um esquema que se tornou
modelo para a maior parte dos sistemas metroviários
em todo o mundo. Fica evidenciado que
a Cartografia, como mensagem de consumo de
massa, exige uma população alfabetizada naquela
linguagem para que a comunicação seja eficaz,
compreendida pelo público leitor.

Objetivos pedagógicos

Os objetivos gerais desta unidade continuam
os mesmos da unidade anterior.

Fornecer informações e posicionamentos,
aparentemente contraditórios, que
compõem a realidade

Sujeitos com interesses aparentemente díspares se juntam
para conquistar objetivos comuns. Sujeitos com interesses
aparentemente comuns guerreiam para controlar
as condições econômicas, políticas e culturais que definem
a realização da vida de cada um deles.

Possibilitar o exercício pleno da razão
que permeia a vida adulta

A apresentação de um problema já se faz na forma de
conceito; na sequência, apresenta-se um amplo conjunto
de variáveis cujo objetivo central é, na constituição da
dúvida sistemática, reconstruir os conceitos originalmente

apresentados.